sábado, 14 de janeiro de 2012

mensagem de necessidade aos deuses


digo a quem quiser ouvir:
dos meus vícios cuido eu.

essa pele que eu tenho tão perto dos meus olhos deixa as minhas mãos calejadas, imóveis.
não consigo pegar e dizer que quero que me tenha,
que quero que me acabe,
que quero que me mate.

Outras vozes permitem que eu abra a janela e me jogue, mas e o portão do bosque, ainda está aberto?

Queria um último buquê de margaridas, uma última rosa de hiroshima, uma tulipa lilás e um vaso de violetas amarelas. Uma xícara de café não me faria tão mal, melhor ainda se viesse acompanhada de uma dúzia de barras de chocolate com castanha e três trufas de maracujá. Não se esqueça da minha dose de vodca polonesa, dos meus sapatos turcos, da minha luva francesa, dos meus óculos ingleses e da grama verde de Amsterdã.

Peça emprestada as vestes do Papa, a coroa de espinhos de Jesus e as cinzas de vítimas do holocausto. Traga incensos de maçã verde, pratos gregos, mulheres portuguesas e homens italianos.

Exijo que todos os corpos permaneçam nus, em contato extremo, como se o amanhã tivesse sido apagado.

Alugue o Palácio de Versalhes e providencie uma corda amarrada no vão central. Violinos e harpas envenenadas serão tocadas pelos meus melhores amigos e quero que todos estejam vestidos com saias brancas.

Ao meu sinal,
gostaria de uma salva de palmas durante três anos consecutivos
e depois
e depois
e depois
queime o meu corpo e apague a minha história.

- Não me perturbe com falsas suposições de que algo possa dar errado e de que coisas simples como essas não possam ser adquiridas. Eu preciso e Eu mereço.


o anel que tu me deste

Não quero mais e já não mais queria faz tempo. Levei em consideração tudo que ela me dissera até então, mas eu já não mais sentia, não mais queria.