quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

fruto de uma "não-poesia"


Recebes da mão a sua resposta
Entendes de mim o teu perdão
Suspiras rosas espinhos e dor
Venha pra cá, dá-me tua mão.

Queres meu perfume
Quero teu corpo
Queres minha mente
Quero tua carne.

Pouco me diz
o teu falso querer
Tenha mais um pouco
do meu falso saber.

Veneno de ti
agora e então
talvez mesmo
só a solidão..

(de um louco)

domingo, 26 de dezembro de 2010

demora


só para ter o que dizer,
expressar a alegria novamente,
e sentir o cheiro azul da cor do céu sem nuvens.

Meu novo começo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

por Matheus Simas Alves


E agora ele se depara estático, apenas vendo sua esperança, suas convicções e todo o amor que tinha pra oferecer, irem com o vento - assim como a areia da praia se esvai em um vendaval.

Nada hoje é a palavra que o perturba, machuca seu coração e sua mente como nenhuma outra coisa que jamais fez uma lágrima cair. Isso tudo, para fazer com que ele percebesse que aquele turbilhão de emoções, que como um pesadelo, não iriam acabar tão cedo. Não era qualquer gota, era uma lágrima guardada por tempos e tempos, segurada nos momentos mais difíceis de sua vida.

Como que uma coisa que pra ele era tão insignificante, hoje se torna o ápice de sua tristeza, e consegue fazer algo que parecia ser impossível: um coração amargurado e frio derrama um choro, apenas pelo descaso de alguém que ao menos ele conhecesse o suficiente. Todas suas expectativas se esvaem, todos os seus anseios, tudo o que esperava sentir por alguém desce pelo ralo, assim como aquela ultima lagrima foi, sim:

a ÚLTIMA.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

repito


Judite apaixonada andava pela rua em mais uma de suas caminhadas matinais. Meio sorriso no rosto, e um encanto capaz de despertar a atenção do bom velho da praça, do doceiro da confeitaria, do seu Juca da padaria. Seu rebolado insano seguia a cadência de uma mulher diferente, com um pouco mais de vida e agressividade. Judite apaixonada não tinha filhos, não tinha pai e mãe, não tinha ninguém. Apaixonada pelo além, nas noites, descia as ladeiras com lágrimas no rosto, estava cansada. A máscara estava presa, fazia parte dela, ela tinha um preço, e o seu valor a matou.

Mais uma tragédia qualquer,
Gritos a gosto..