quarta-feira, 31 de agosto de 2011

I wanna hold your hand,

nesse transtorno imediato que resiste em te privar de tudo, te privar de tudo por um único motivo. pois então eu cubro seus olhos, te faço sonhar, te ignoro do mundo e estabeleço um único laço, uma única paixão. frenética. esquecer de tudo pelo meu capricho, que honra a sua. poupe-se mais dos outros, tenha apenas a mim. (me ame como eu não te amo, como eu te desejo a morte)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

banheiro

entre quatro paredes a desenvoltura humana sempre pede mais.
o (olho) olhar fala e o corpo grita mais. mãos limpas,
pele rude e asquerosa: e o desejo cala.
Nojo. Áspero,









longe.

algemas de gelo

preso preso preso preso
preso a uma imagem de representação óbvia e putrefata, ordinária e isolada, infame e que arde.

óbvio, pequeno menino
mas é claro, pequeno menino
certamente, pequeno menino
sim, pequeno menino

soa como merda
como a carcaça
que pinga cacos
de
uma
mente vazia vazia e medrosa
poderosa e
teimosa. óbvio, pequeno preso menino preso

domingo, 28 de agosto de 2011

bem pouco

Então agora - sem pressa - me mata.
Me mata aos poucos como seu último dever.

(antes de me espanque, me arrebente, me quebre, me morda, me maltrate)

cada vértebra, cada pedaço de carne, cada lágrima, cada gota de sangue. tudo ao chão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

separa de mim

um verdadeiro escândalo silencioso

terça-feira, 16 de agosto de 2011

altura

te prendem o grito
e você quer a voz
você quer a voz.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

aos pés

vontade de não dar espaço, não pontuar e não colocar em parágrafos. vontade de falar um pouco mais e detalhar um pouco mais. aqueles dias naquela cidade. a chuva daquela cidade. os olhos daquela pessoa. me poupo muito perto de todos aqueles que sei que não fazem questão. Nem eu faço questão. Queria um tempo maior (e agora eu me coloco novamente no meio desses tantos meus "querer"). Preciso me mudar, talvez pra sala ou pra cozinha. Se eu ficasse no canto controlado pelos outros, eu iria ficar mais quieto, mais infeliz, mais daqueles. Rir tanto ao ponto de não conseguir pensar naqueles seus problemas, que sempre são meus também. vontade de não dar espaço, não pontuar e não colocar em parágrados. como queira, como eu quero, como queremos, como só você quer. E se eu conseguisse me mudar, eu iria preferir não avisar, mas avisaria. chega.

coisa ruim

dias inteiros aguentando a podridão de terceiros
a espera de uma parcela mínima de caridade
e tendo como retorno o simples desafeto de uma pessoa não tão boa

treinos desordenados
roupas amarrotadas
peles cortadas
e o frescor do sangue escorrido por cima da mesa.

abre mais um pouco
redobra essa força
e fere mais.

(me fere mais)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

raiva

e o menino que dizia que não sabia mais como chorar
sentiu novamente a grosseria de uma gota salgada
escorrer pelo seu rosto.

enxugou e negou.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

carne bem passada


por wayra (meu vento) e eu


Pedras tão pisadas que não gemem uma única gota de saudade.

Uma gota que agora pouco pingava de meus olhos, hoje já secou.


Permaneço aqui imóvel


pálido

distante de te ter

afundado em um rio sem limites.


Para quem não acredita no amor, experimente prová-lo e veja que pouco provável conseguirás negar uma relação


de dois corpos

dois corações

duas palavras

- e principalmente -

de quantas pessoas forem "queridas".


Este desejo que não passa e a vontade animal de COMER,

comer cada pedaço da ponta dos dedos até a orelha.

Sem deixar de mencionar, é claro, as lambidas.


Ah, as lambidas...

tão quentes, tão frias.


Então agora me morde feito paixão.

Me come e fica sempre com saudade.

Me deseja que eu te desejo

e eu te tenho..


sempre.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

número

dorme bem, fica bem.