domingo, 31 de julho de 2011

um parágrafo de um não presente


Morava em um sofá com a tia e primo. Fazia sua própria comida, limpava o que sujava e lavava sua própria roupa. Gastava seu próprio dinheiro e queria continuar assim. Não respondia mais as perguntas, estava com fome. Bebia mais do que devia, sabia que era ruim, mas o fazia perder o tempo, segundo ele. Conhecia muita gente, mas a intimidade era pouca. Fazia uma pausa, parecia não querer continuar a responder, tudo ainda era muito "fresco". Andava evitando drogas, mas se entorpeceu bastante na casa de um amigo. Muitas barreiras, outro mundo. Totalmente inconfortável, muita coisa nova, ideias.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

mundo da lua



seria mais tranquilo e palpável o doce perfume das nuvens.




segunda-feira, 25 de julho de 2011

aflição de um dia sem sol


eu me perdi em meus rodeios.

curvas indiscretas por esses caminhos que
me olham sem hesitar.

e eu com toda essa cor de saudade
não acompanho um pingo do que
sonharam pra mim.

mãos geladas no meu rosto
teu corpo
nosso desejo importuno

esse caminho não é meu
e tenho medo
e tenho dito

se a noite não fosse tão calma
se a noite não fosse tão só

eu poderia talvez não querer tanto assim.

.
eu não poderia

terça-feira, 19 de julho de 2011

pequenas dores sóbrias

migalhas de um corpo sem fim
se arrastam lentamente pelo chão
cristalizado em pó de giz de cera.

lua nem tão cheia
mão nem tão quente..
mas ainda toca e sente
todo o pudor que um dia
ela resolveu lançar.

nem antes, nem esquecida..
lamentos ao vento.

desconfortada ela pediu
ela sorriu
ela fingiu
e um beijo forçado ela lhe deu.

sabor bege, como a manteiga sem sal,
esquecida em um pão qualquer.
(sabor não meu)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

eu não gosto

(avra)

fico impressionado com a qualidade sonora de algumas palavras.
quando bem articuladas, melhor ainda.
essa sonoridade tola e barata me consome e
faz com que eu perca meu tempo em função disso.
disso tudo

(tu do
tuuu do.)

essas variações (õões) esquisitas (itas itas) que me interceptam sem sentido
sem vaidade alguma
guma. (eptam eptam eptam)

fale bem alto 'sandália' e repita numerosas vezes bem escandalosamente a última sílaba.
as palavras como terapia,
e eu queria dizer qualquer coisa.