terça-feira, 31 de maio de 2011

mulher

em tuas mil faces



és a única.

criação


meu rabisco definido te modela.
queria eu que fosse sempre assim.
queria eu que você gostasse que fosse sempre assim.

lamento agora o não te ter, pequeno.
tiro de ti essa gota, sem mais enganos.

(não) fica.

Não diz que vai embora e fica.

teu reflexo rebate, explode e se espalha.
e quanto me toca..

ah, pequeno, você me conhece..
não serias capaz de agir assim.
ou serias.

fazeis pior então,
rasga e acaba.

(e volta)

ponta de mim


tantos de nós aqui, queimando pontas de uma pequena revolta indomável,
que nos rodeia sem limites,
nos cala e faz calar.
rodopia pelo ar
e cai estirado
em três partes.

tantos de nós aqui, queimando pontas de uma pequena mente inquestionável,
que cresce em abundância,
nos fortalece,
tenta dar o passo,
mas se perde aos
amassos.

tudo igual, fluxo contínuo..

segunda-feira, 30 de maio de 2011

postagem a dois

tão pequeno, não?
quando demonstra algo tão sensível e tão necessário..
pura bobagem, todos diriam.

risadas infinitas, sem um pingo de pena.
ao redor: olhares indiscretos,.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

intitulado sonho em vão



o toque fanático aos pés da menina moça.
sem botas de veludo, sem sapatinho cor de amarelo ovo.
gota cristalina feito água que desagua (s) em direção.
nostalgias momentâneas, saudade daqueles dias.

até mesmo.. daquelas duas..
quanta coisa, não é mesmo.

e meus dedos gélidos
continuam gélidos.
quase inverno,
folhas ainda caídas,

mas nada a desabrochar.

alcool, um pouco.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

toque indiscreto


e o que destrói é essa sensação
estranha, grotesca e nojenta
que eu sinto.

é essa vontade que não vem de mim.
(mas que me completa e me transforma)

não eu, nem você, nem ele.

quero desenho colorido
em foto 3x4
com um pé só.

quero cabelo desarrumado ao vento
ao lado de uma companhia qualquer,
mas que seja boa.

poder acordar todo dia e sorrir
e não sentir..
e não poder.

apenas o querer já basta,
sai da mesmice alheia
e incorpora minha mente.

indigno
sem fluidez
com cheiro de saudade

e gota de cansaço.

(nunca acaba, sempre mais e mais, sem saber como.)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

obrigado


grande ócio criativo acompanhado de um dia chuvoso e frio, com muita comida, cobertor e amigos.

contemplação ao nada, por favor.

terça-feira, 17 de maio de 2011

irmã



eu nunca deixei de te querer,
muito menos de te ter.
você é minha,
eu ainda sigo os seus passos,
e quero seus abraços.

cuida de mim
cuido de ti.

amor fraterno este que nasce e renasce sempre,
amor eterno.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

imagem distorcida


o frio chega assim,
sem avisar.

inesperada sensação boa que retorna
e que não precisa de descrição poética alguma,
muito menos qualquer anúncio.

ele se diz por completo,
ele nos completa.

qualquer gota vira gelo,
qualquer sentimento permanece.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

go

que eu estou sempre a correr,
seja pra onde for,

que eu cresci,
e o menino de antes
é o menino de antes.

verdades que não parecem
e eu que quero a compreensão.

estou atrasado

segunda-feira, 9 de maio de 2011

ver(melho)


do que me adianta escrever sobre os mais diversos olhares?
a quem eles pertencem?
qual a cor do rascunho esboçado?
de que forma eles entram em você?
a força que eles exercem te aflige?
você é capaz de suportá-los?

sem
necessidade.

domingo, 8 de maio de 2011

02:22

o vento lá fora grita, ele quer entrar.
abro a janela, já é noite, ele entra.

o vento aqui dentro grita, ele entrou.
fecho a janela, ainda é noite, ele permanece.

o vento presente sussurra, ele quer ficar.
guardo-o, noite, aqui.

(mas o real, o real mesmo é tudo aquilo que meu corpo sente agora. Gotas de desejo, saliva de vontade. O real mesmo é eu na minha cama ao seu lado.)

Preparar, congelar,

mais uma foto qualquer,
nada que você queira entender.

(um salto talvez)

iogurte com granola

como estás?

você paralisa, olha ao redor e pensa.
escuridão, não é mesmo?
enxerga algumas luzes, mas elas estão longe demais.
olha para o balançar das árvores, mas nem a mão consegue mover.
sente aquele frio, mas nem manta tem para se cobrir.

como estou?

bem, normal, como sempre.

(quando questionado, mais um clichê)

sábado, 7 de maio de 2011

foto

desmorona, vem à tona.

sempre nós



como ser o mais sincero possível?

subjetividade alguma seria possível para mostrar de forma clara o quanto eu sinto.
as horas mal dormidas esperando eu chegar.
o peso insistente para aguentar.
brigas sem motivo, manias despedaçadas.
o meu mau humor, a sua compreensão.
o seu conhecer, o meu reconhecer.

você como raiz e eu como pássaro que quer voar.
dezoito anos ao seu lado.
sempre eu e você,
sempre tão nós.

daquele jeito,
desse jeito,
do outro jeito,

das inúmeras possibilidades de (sobre)viver,
você sempre me manteve
ao teu lado
contigo
em ti
no teu maior anseio.

palavras finas demais,
o amor como unidade.

eu quero sempre,
eu prezo,
eu suplico,
eu reconheço,
eu como filho,

tu como mãe, me amando

e sendo sempre amada.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

elefante colorido



e é aquela coisa que a gente sente e tem certeza.
a conversa do nosso corpo, nossa missão tão nossa.

reencontre-me sempre e sempre e sempre..
libere o doce da saudade,
me ame todos os dias
como quem sabe - e tem a certeza- de que te amarei.

Um lá, outro acolá
mãos nem sempre juntas,
mas o te querer
sempre que eu puder.

entenda-me sempre,
porque assim
posso escrever e falar
o quanto eu quiser,
e saber que vai ter alguém pra me escutar


e me compreender
e me responder
e me tomar.


aquilo tudo
aqueles dois,

se isolando
se escondendo
se camuflando

e é..

aqueles dois.

domingo, 1 de maio de 2011

mas, podes não lembrar mais?

Desenhos descoloridos deixados desengonçados ao chão. Partido em dois, em sete, em nove, em vento sem direção. A espera infinita em cor de quadrinho infantil. Folhas secas ao redor, muitas falas a se entregar. Detalhes desconexos, congelados quase sem ritmo. Ruídos de uma paisagem já esquecida.


Distantes demais.


A mão que aperta, os cabelos que voam e os olhos que descobrem. Prontos para ir. Buracos profundos, palavras quaisquer. Mente que sente e não pensa, mente que mente. Paredes distorcidas e pautadas. Notas não musicais, e chaves que nao abrem nada. E aquelas vidas que antes estavam juntas, hoje choram a sós?


Voce sem ela.


Abre a janela, enxugue toda essa chuva, desdobre seus desejos. O que mais te provocaria agora? Telhados de paris, contato próximo demais. Uma última palavra e a exaltação de toda uma situação, uma historia, um laço. Proibido a passagem de pedestres e voce se joga. Assim acaba? Entao voce se vê, você se enxerga, e você não quer a sua própria presença.


Um último gole e a falta de atenção.