terça-feira, 9 de novembro de 2010

a falta da saudade carinhosa, o repúdio ao que se tem.


Dois olhares que não tem a coragem de se encontrar, hoje se veem forçados a um embate. Claros sentimentos sustentáveis por uma esperança que despenca de momento em momento, de dor em dor.

Sejamos nós o fruto da sobrevivência e da degradação humana. Sejamos nós animais que repetimos as mesmas coisas, que ferimos as mesmas pessoas.

(Não seria possível negar suas mãos, e fingir não pertencer a este mesmo grupo.)

As mesmas pessoas paradas pensando em suas angústias e aflições. Mas o que realmente incomoda cada um?

Fraqueza. Nojo. Perda. Traição. Ira. Desejo. Submissão. Raiva. Vingança, ou amor?

Perdidos em uma mesma viagem, não percebem a quantidade de semelhanças, a quantidade de repugnância que sentem uns pelos outros. Pensamentos além do que se é permitido cria apenas mais um ambiente pouco mais apático, polêmico e crítico. Juras de afeto mergulhadas na desconfiança disfarçam a verdadeira vontade pelo novo. O novo que não passa de mais uma cópia! Pupilas dilatadas a espera de novidade, e a perda de raciocínio a cada dia maior.

A intervenção humana, a putrefação.
A minha incerteza, rodopios pelo ar.
O seu ódio, alimentado com lábios amargos.
A sua vontade, destruída por um não querer.
Um corpo qualquer, almejado pelos erros.

Tudo não se passa de algumas observações inúteis. Mais um homem na lista dos que reclamam, e julgam e julgam e julgam. A minha perfeição mentirosa se faz a partir de qualquer coisa, exceto da felicidade. Não há.

Os olhares se encontrarão, conflitos ocorrerão, e vocês vão se ver no meio de milhares outros olhares que desejam o mesmo encontro. A mesmice permanece, as lágrimas padecem, e o corpo pede, sempre pede.

Não há.

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