segunda-feira, 6 de setembro de 2010

parte do princípio que eu já fui


Sem esquecer, em nenhum momento, dos passos mágicos que salvam a noite de qualquer pessoa, a boa dança, apreciada por qualquer pessoa e sugerida por quem vos escreve.

(o que se faz)

As paredes realmente se mexiam e afundavam. Não havia nada que não tivesse vida. Um tanque de roupa, um pacote de macarrão e muita artificialidade pelo ar - muita fumaça pelo ar. Som do rock da paz, e uma cama que se move. Queima de cabelo. Chocolate com as malditas nozes lutadoras. Risadas distorcidas. Aspirais num movimento repetitivo e um quinto elemento (alguém não deseja respostas especiais sobre suas amizades). Perda de memória excessiva e ansiedade.

(o que se insiste)

Sangue para as meninas e liberdade de poder correr para os meninos. Expressão de todas as formas. Pessoas existem de uma forma única, e os outros tem que saber deter seus pensamentos e expandi-los. Outra língua, muitas máscaras. Mão onde não deve, e suas consequências. Gritos, e vaidades e novidades. Corpos esculturais ao encontro de qualquer outro e um convite recusável. Fazia frio, fez frio e fez meu dedo quebrar e meu pé torcer e meu coração tremer.

(o que se sente)

O vento permaneceu contrário, mas a menina dos sapatinhos amarelos não maternos, partiu. Não digo partir por algum motivo drástico, ou alguma razão intolerável pela qual talvez alguém possa ficar ofendido ou amargurado, e sim, por necessidade, por viver. O momento era único, e consideravelmente pequeno para os sentimentos presentes. Olhos não mais secos, e um abraço como consolo. Talvez, aqueles homens tenham mesmo a razão: o ser humano aumenta e humaniza muito um sentimento que era para ser passageiro e normal. Tão pequena ela, na minha mão, pulava e sorria e chorava e amava, e hoje voou. Uma nota. Um acorde. Um instrumento qualquer, e a cura.

Os gatos copulam debaixo da minha casa.


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