quarta-feira, 9 de maio de 2012

ouro dezesete amores quilates


No meu último encontro com Maria pude notar sua pele um pouco mais pálida do que o comum, seus traços mais marcados, sua boca menos viva e sua olheira um pouco mais funda e escura do que o normal. As olheiras me chamavam bastante a atenção - eu gostava delas. Estava mais magra, tinha cortado os cabelos e tinha um esparadrapo enrolado em seu dedo indicador esquerdo. Falou-me sobre as borboletas e também me abraçou.


 
          maria chorava

Sofria de algum desamor e não queria continuar assim.

          maria era insuportável

Eu não entendia porque ela sempre me escolhia como uma pessoa em que ela pudesse falar sobre borboletas e abraçar: eu tinha (tenho) sede por ela e se pudesse, eu tomaria gota por gota de seu encanto, eu a amarraria junto a uma árvore e a beijaria, mesmo que ela não quisesse (maria teria de querer). ela sabia falar e sabia e entendia o que EU queria falar, mas preferia fingir que não me compreendia ou que não sabia de coisa alguma, mas maria sabia, sabia da minha fome pelo seu corpo (antes só corpo).

          maria não queria

me perdi em seus rodeios e acabei por me perder em minha força. talvez eu tenha  abraçado-a forte demais e tenha enfiado uma faca em seu coração. pude até me divertir diante da cor vermelha que saía do peito de maria, mas eu também chorava (e ria), eu também não queria aquilo. Mas, francamente, maria poderia ter sido um pouco mais legal e honesta com suas palavras e sentimentos. a culpa foi dela, eu apenas a abracei e chorei.
 
        maria?

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