sábado, 9 de junho de 2012

faz mal


O pingo pinga e tem gente que ainda se incomoda com toda essa minha lucidez de olhos arregalados, prestes a saltar de um prédio de trinta e nove andares, descalço, de braços entregues abertos, como quem sabe o que está fazendo e tende permitir que a sobriedade seja desalgemada e colocada em cima do castelo - castelo amarelo, passado, batido, amassado, de ouro maciço e coberto de neve que gela as pontas dos dedos e a ponta do nariz e quase nunca esvazia todo o pesar de oitenta e três anos de uma vida qualquer.

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