quinta-feira, 19 de agosto de 2010

nosso ritmo


Seus cabelos voavam pelo salão. Seu compasso quase que absoluto roubava a atenção de qualquer pessoa que passava por ali. Alguns acordes a mais, e todos continuavam a contemplar a leveza e a beleza, de uma dança, de uma mulher.
Um espetáculo que era só nosso. A nossa rápida lentidão contrariando a equação singela que fez com que um dia os nossos opostos continuassem opostos, e nossos olhares permanecessem cegos ao tempo.
Tudo não tem tempo. Nossas idas e vindas, discretas e indiscretas, bailando ao infinito. E eu, sua principal personagem, vivo em uma eterna atuação sem limites.

Minha dança tem palavras.
Sua dança tem olhares.

E o resto é só resto, é a troca de carinho e afeição, é a perfeição do seu olhar com a tradução de minhas palavras.


O resto, somos nós.

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